O oceano Atlântico vai desaparecer do mapa! Estudo analisa possibilidade do desaparecimento do Atlântico. Entenda!

Em um estudo revolucionário publicado na prestigiada revista Geology intitulado "Gibraltar subduction zone is invading the Atlantic", uma equipe de geólogos de Portugal e da Alemanha anuncia a possibilidade de formação de um círculo de fogo no Oceano Atlântico, similar ao conhecido Anel de Fogo do Pacífico, que poderia redefinir a geografia da região em um futuro distante. Este fenômeno, previsto para ocorrer daqui a 20 milhões de anos, marca um ponto de virada na vida geológica do Atlântico, atualmente em seu auge.

O Anel de Fogo do Pacífico é uma zona notória por sua intensa atividade vulcânica e sísmica, caracterizada pela presença de inúmeros vulcões ativos e por frequentes terremotos. A emergência de uma região com características semelhantes no Atlântico sugere um aumento significativo nas atividades vulcânica e sísmica, impactando os países adjacentes.

Geólogos da Universidade de Lisboa e da Universidade de Mainz explicam que a formação de um novo círculo de fogo está intrinsecamente ligada ao processo de nascimento, crescimento e eventual "morte" dos oceanos - um ciclo natural que se estende por milhões de anos. O Atlântico, que surgiu da divisão do supercontinente Pangeia há aproximadamente 180 milhões de anos, ainda está expandindo. Em contrapartida, o Mar Mediterrâneo é um vestígio do antigo oceano Tétis, que já entrou em sua fase de declínio.

Para que o Atlântico inicie seu processo de declínio, é necessário o surgimento de novas zonas de subducção em seu interior. Essas zonas, onde uma placa tectônica se move sob outra, são essenciais para a atividade vulcânica e sísmica. A pesquisa sugere que essas novas zonas de subducção possam se desenvolver a partir da migração de zonas existentes em oceanos em estágio final de vida, como o Mediterrâneo, para o Atlântico.

O estudo destaca o Estreito de Gibraltar, localizado entre a Espanha e o Marrocos, como um ponto crítico para essa transição. Atualmente, é um ponto de encontro entre a placa euro-asiática e a placa africana, e sua migração para o Atlântico pode sinalizar o início do processo de formação do círculo de fogo do Atlântico e, consequentemente, o começo do fim para este vasto oceano.

Através de modelos computacionais avançados, os pesquisadores demonstraram como a propagação da zona de subducção do Estreito de Gibraltar para o interior do Atlântico pode efetivamente dar início à formação de um sistema de subducção, e, por extensão, ao círculo de fogo do Atlântico.

Essas descobertas não apenas ampliam nosso entendimento sobre os ciclos de vida dos oceanos mas também destacam a dinâmica contínua e a evolução do nosso planeta. A pesquisa lança luz sobre a complexidade dos processos geológicos e reforça a importância de continuar a explorar as profundezas dos oceanos e a estrutura da Terra.

Modelo de velocidades de superfície no domínio continental e dados de campo de velocidade GNSS (quadro de referência fixo da Eurásia).  Observe a mudança abrupta de direção de NE-SW na Núbia para E-W na região de Gibraltar.



Fonte: Terra e Revista Geology

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